terça-feira, fevereiro 14, 2006

Ao meu amor de sempre

Aproveito esse Valentine´s Day para fazer uma declaração de amor.

Amo profundamente, um amor antigo. Não foi um amor realmente à primeira vista, acho que não. Não poderíamos nos entender, então. As coisas ainda não fluíam, não havia a identificação imediata, o diálogo fácil, nenhum suspiro. Mas já havia a curiosidade, a sensação de que ali havia um mistério imenso no qual valia a pena penetrar.

Aos poucos, surgiu uma amizade. Rimos juntas, choramos juntas. Aprendi muito e a relação se tornou cada vez mais fácil e mais antecipada e desejada.

Até que percebi: eu amava. Não podia mais viver sem o objeto do meu amor. Amor verdadeiro, sincero, profundo, infinito. Incondicional também, apesar das inevitáveis mancadas e defeitos do ser amado. Sou dependente da minha amada e preciso dela para ser feliz e entender o mundo. Sou mais ser humano por causa dela.

Meu amor, a palavra. Especialmente quando escrita, para que eu possa admirá-la longamente e conversar com ela.

Happy Valentine´s Day, querida. Perdoe-me os erros de gramática e os lugares comuns que te deformam e saiba que mesmo sendo às vezes amante inepta, sou fiel e amorosa sempre.

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Crônicas paraibanas

Praça central de Areia - PB

Areia é uma cidade que fica na região do brejo paraibano, a 45km de Campina Grande e 118km de João Pessoa. Fica a aproximadamente 600m acima do nível do mar, bem no topo de uma serra, que torna o clima fresco e a paisagem linda. Quando se emancipou, em 1846, já era o lugar onde os proprietários dos engenhos da região (que hoje são 120, contando os desativados) tinham suas casas “de cidade” e iam fazer negócios. Isso durante muito tempo, até o açúcar começar a entrar em decadência. A partir daí, a cidade parou no tempo. Ainda bem.

Só no ano passado Areia foi considerada Patrimônio Histórico Nacional e agora, finalmente, está protegida. Ainda bem que deu tempo e ninguém antes disso de interessou em destruir as casas do final do século XIX e começo do século XX, incluindo um colégio, um convento e a casa do pintor Pedro Américo, que nasceu em Areia.

Dona Ermelina, na loja A Felicidade

Quase na praça central de Areia fica a loja de tecidos A Felicidade, numa casa de fachada coberta de azulejos portugueses com três portas em arco dando para a rua. A proprietária é Dna. Ermelina Feitosa de Abreu. Entrei na loja por causa do balcão, que parece muito antigo e está em perfeito estado. Ela me explicou que ele todo tem mais ou menos 120 anos e que o prédio tem uns 200. Começou a contar mais. Que a loja originalmente era de seu marido e ela assumiu quando ele morreu de câncer de próstata. Ele se chamava Jacinto e se casou com ela no dia 26 de julho de 1955, quando ele contava 58 ano e Ermelina,16. Era o segundo casamento dele, enviuvara pouco menos de um ano antes. Não me lembro se tiveram filhos ou não. Hoje ela atende o balcão e costura para fora, com os tecidos que vende. As máquinas de costura da loja, aliás, devem ter no mínimo a idade dela.

Gostei demais dessa cidade.