quarta-feira, setembro 26, 2007

Minha versão da Tiffany ou Brass'n Books

Hoje eu acordei meio desanimada. Quando chegou mais ou menos na hora do almoço, alguns problemas chatinhos no trabalho, a preocupação com coisas importantes a fazer, algumas culpas martelando na cabeça e um email que não teve resposta me fizeram chegar numa tristeza aflitiva, perturbadora, quando você meio que sente medo mas não sabe bem do que, entende? Eu estava com the mean reds. Um sentimento bem desagradável, pergunte a Holly Golightly.
Em Breakfast at Tiffany's, sempre que Holly ficava com essa sensação, ela ia à Tiffany para espairecer e olhar os diamantes até ficar melhor. Para mim não ia funcionar, eu nunca tive assim tanto fascínio por jóias. Então tive uma idéia ótima. Aproveitei meu horário de almoço e fui a um shopping que fica perto. Depois de comer meio sem vontade, entrei em uma livraria.
Escolhi bem, uma livraria nova, tão bonita que tive vontade de me mudar para lá. Havia pouca gente, uma musica ambiente tocando bem baixinho, tudo claro, tranquilo e a melhor parte, um monte de livros. A própria imagem da civilização. Fui andando devagar, lendo as lombadas, vendo o preço de alguns livros que eu quero, cobiçando umas edições lindas que estavam expostas.
Comecei a me sentir melhor, mais ainda quando começou a tocar uma música deliciosa, que eu nunca tinha ouvido, com um jeito meio funk, meio salsa, uns metais ótimos. Só não cheguei a ficar feliz porque tinha que ir embora logo. Se pudesse, teria passado a tarde lá, revirado tudo, comprado alguns livros e depois ter sentado lá mesmo para tomar um café e ficar folheando minhas compras.
Saí de lá mais leve, mas algo me diz que não vai durar muito. Todas as chatices ainda estavam aqui me esperando quando eu voltei. Acho que aproveitaram minha saída e se reproduziram, sem a menor vergonha, bem em cima do meu teclado. Uma pena que eu não posso matá-las e voltar para a livraria.

quarta-feira, setembro 19, 2007

Um Poema Bonitinho

One Art

The art of losing isn't hard to master;
so many things seem filled with the intent
to be lost that their loss is no disaster.

Lose something every day. Accept the fluster
of lost door keys, the hour badly spent.
The art of losing isn't hard to master.

Then practice losing farther, losing faster:
places, and names, and where it was you meant
to travel. None of these will bring disaster.

I lost my mother's watch. And look! my last, or
next-to-last, of three loved houses went.
The art of losing isn't hard to master.

I lost two cities, lovely ones. And, vaster,
some realms I owned, two rivers, a continent.
I miss them, but it wasn't a disaster.

---Even losing you (the joking voice, a gesture
I love) I shan't have lied. It's evident
the art of losing's not too hard to master
though it may look like (Write it!) like disaster.

Elizabeth Bishop

quinta-feira, setembro 06, 2007

Utilidade pública

Este não-blog está oficialmente aderindo à campanha lançada no blog da revista Bacante:


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