Declaração a um dia de céu claro

Tenho a declarar um amor e não sei como. Nunca fui uma pessoa que sentisse vontade de gritar o amor ao mundo do topo das montanhas. Não, quando me descubro amando, curto meu amor como um segredo a ser compartilhado apenas com meu amado. Não escondo meu amor, não me envergonho dele, não o confino, mas o sinto como se fosse algo que não interessa ao mundo e não deve satisfações a ele. Vivo meu amor dentro do mundo, mas pouco me importa se o mundo o examina com aprovação, como se fosse uma pedra rara, ou se o olha com desconfiança e caras feias.

Mas mesmo não me importando com o mundo e não sabendo como se declara um amor, quero fazê-lo. Vou dar um jeito. Quero fazer isso para torná-lo mais real. Quero que o mundo o olhe e o examine, ou se desinteresse, ou aprove ou ache bobo, ou o que seja, mas vou colocá-lo para que seja visto. Que todos o vejam e saibam que amo, para que eu mesma nunca me esqueça disso. Para que o amor não se torne um segredo para mim nem para a pessoa que eu amo.

Helder, meu sputnik, meu amor e meu amigo, meu namorado e meu confidente, eu te amo.