quarta-feira, julho 13, 2005

Alta Sociedade

Essa eu precisava comentar.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u111015.shtml

Perto de todos os escândalos públicos que estão sendo investigados e amplamente noticiados e discutidos, esse com certeza não é o maior, nem o mais surpreendente. Mas para grande parte dos brasileiros, provavelmente é o mais engraçado. Fico só imaginando quantas pessoas, humanamente, deram risadinhas de prazer imaginando a loira, perfumada e dermatologicamente impecável Eliana Tranchesi passando a noite na Superintendência da Polícia Federal. É a vingança dos sem-grife.

Skirting The Issue - Gil Elvgreen, 1952

Eu, também humanamente, não consegui deixar de me divertir um pouco, mea culpa. Só que também é deprimente perceber que a cultura da Lei de Gerson está perfeitamente democratizada, todas as classes sociais e níveis de educação a têm como parte do jogo. Porque se até mesmo a Daslu, que com certeza é muito, mas muito lucrativa, e sua proprietária já milionária de berço, resolvem levar vantagem em tudo, isso é um sinal que a coisa já está virando esporte nacional (aliás, até o esporte nacional "oficial" mostra que também não dispensa participar).

Não estou aqui jogando pedras na Daslu simplesmente por existir, como muita gente fez na sua reinauguração. Ela é o sintoma, não a doença. Por si só (tirando a parte noticiada hoje de manhã), é apenas uma empresa bem sucedida, que atende uma demanda e persegue os objetivos de qualquer empresa, que são dar lucro, se manter no mercado e crescer. Nenhuma empresa tem obrigação de fazer ações comunitárias ou coisa assim. As que o fazem, o fazem porque isso também é bom para os negócios.

A carga tributária brasileira é pesada? A burocracia é excessiva? Sem dúvida que sim. Mas não é de se esperar que uma empresa grande, lucrativa, que vende artigos de luxo e tem uma enorme visibilidade sonegasse impostos. Com certeza ela sobreviveria a eles e continuaria no azul. Se comprovadas as denúncias, vai ficar muito, muito feio. Fico só imaginando a cara que farão os (e principalmente "as") endinheirados freqüentadores se as denúncias se provarem verdadeiras. O ambiente nas festas colunáveis vai ficar uó.

2 Comments:

Blogger Gabriel said...

Ah, Alessandra, no meu time é Romário. Chega do politicamente correto. A gente mente para se enganar, você já escreveu sobre isso. E a gente ri mesmo da peruona pega com a mão na massa, mala, cueca, que mal há nisso afinal?. Ainda prefiro morrer com Victor Hugo.
Lembra do Bimba, que perdeu a medalha de ouro porque chegou em 15o. lugar nas olimpiadas sendo que até o 14o. bastava? Lembra do Scheidt, ganhando o bi? "Por que o Scheidt ganha?", disse o narrador da Globo; "Acho que é porque ele tem sangue alemão", disse o comentarista.
O Brasil não nasceu pra ser chique, é provinciano mesmo. Queremos nos enganar a quem, uma daquelas mentiras necessárias?
O que move é a paixão, e o Bernardinho não desperta paixão. Já o Romário, o que dizer de alguém que diz que vai ganhar a Copa e ganha; que é campeão e diz que "Quando eu nasci Papai do Céu apontou pra mim e disse: ele é o cara"... Amador, arrogante, bad boy, "underground". Quem reza na cartilha senta sempre no banquinho da professora.
Ninguém se apaixona por algo que não nos cativa. Simples assim.
Mas tudo bem, adoro discutir saudavelmente.
Um beijo

2:49 AM  
Anonymous Anônimo said...

daslandiru nelas! beijosssss
voce tem toda razao quando ao comentario la no blonicas sobre doces etc. beijossss

5:49 PM  

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