Whatever
Quarter-life crisis, já ouviu falar? Acho que não, espero que não. É uma chatice que acomete gente de vinte e poucos anos que pensa demais e está sempre angustiada com a vida. Como eu. Tem gente que acha um glamour baudelairiano na coisa toda, porque deixa a gente com um ar de ennui romântico, mas para falar a verdade não é muito divertido, não. É só chatinho, e tem um gosto um pouco amargo. Parecido com a sensação que a gente tem quando está numa festa meio chata onde não conhecemos ninguém direito, mas temos que ser simpáticos e fazer cara de interessados quando alguém fala alguma coisa e dar respostas atenciosas, até chegar num ponto em que a gente precisa procurar um canto, um quarto vazio, um banheiro menos movimentado, qualquer lugar em que não tenha ninguém exigindo simpatia para se abastecer de um pouco de solidão e descansar os músculos do rosto. A pior parte é que às vezes dá a impressão que a sensação vai durar para sempre e o resto da sua vida vai ser uma festa chata onde você precisa fazer social.
Calma, não é sempre assim. Não o tempo todo, só na maior parte do tempo. Fique tranqüilo que eu não vou ficar falando disso, já disse que acho uma chatice, daqui a pouco passa. Ajuda se você pedir mais uma cerveja e der uma mordida, de leve, aqui na curva do meu pescoço e ficar vendo eu me torcer toda de cócegas.
Calma, não é sempre assim. Não o tempo todo, só na maior parte do tempo. Fique tranqüilo que eu não vou ficar falando disso, já disse que acho uma chatice, daqui a pouco passa. Ajuda se você pedir mais uma cerveja e der uma mordida, de leve, aqui na curva do meu pescoço e ficar vendo eu me torcer toda de cócegas.
10 Comments:
há quem tenha isso impregnado, como se vivesse no mundo do Julien de Sorel. Eu, pór exemplo.
Confesso que não vejo glamour algum...
Não precisa pedir duas vezes.
você é muito boa.
ja pedi a cerveja :-)
ainda bem que sou jovem e não vou morrer nunca!
(ok, desesperar jamais, mas kaiser nunca!)
i'm with you baby...
menos na parte da mordida no pescoço, ok?
luv ya!
Camis
Com mordidinhas no pescoço, isso passa? É duro ser heterosexual, não?
E se for pra ilustrar textos assim com Hoppers tão a ver com os textos, continue. Experimente agora com o da lanterninha.
gostei da gravura, lindo chapéu. E esse estado deve ser cultivado, senaum a gente fica muito feliz...hehe, perde o charme.
mas isso passa, passa mesmo, não tem jeito. sempre tem uma coisa boa pra estragar todo o processo....
oi Alessandra, gostei do tom "agressivo" de seu post. Amei a imagem de Hopper. Da escrita enxuta e do "ir direto ao ponto".
E claro, do humor que arremata o teor contundente do texto.
Que venham as festas, pois abriremos as cervejas...rs
Beijo.
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