Acabou a festa...
E ontem a terra completou sua volta em torno do sol, pessoas ao redor do globo foram, progressivamente, à medida que a sombra avançava, erguendo brindes, trocando beijos, soltando fogos, fazendo desejos e promessas. Não todos, mas muitos. Uma das poucas ocasiões em que quase todo o mundo comemora e deseja coisas boas.
É verdade que isso de certo modo é meio fútil. O que é a passagem do ano, afinal? A virada de um ciclo no calendário, calendário que nós mesmos criamos. Uma data arbitrária, que podia tanto cair no nosso verão, como é o caso, como também no meio do inverno, ou no começo do outono. Dava na mesma. A importância das festas é outra.
O propósito das festas é justamente romper com o cotidiano, alterar a ordem, mudar as regras. As festas são dos excessos, do barulho, da desordem. Nas festas podemos fazer tudo que não pega bem fazer no dia-a-dia: encher a cara, dormir tarde, comer demais, dançar em cima da mesa, etc. Essa é a função delas. Em períodos assim, nós não apenas aproveitamos para ficar meio selvagens, como também essa bagunça serve de contraste para o cotidiano e faz com que a gente dê mais valor para essa ordem porque percebemos (quando acordamos de ressaca) que não dá para fazer festa toda hora. Festas são rituais e isso é muito verdadeiro no ano novo, quando fazemos planos para o tempo do trabalho e marcamos a passagem de um ciclo para o outro.
Bem, valeu! Agora só o ano que vem. Bom ano para vocês!