segunda-feira, abril 17, 2006

Maternidade

Eu tenho medo, muito medo, de ter um filho. Agora ou em qualquer tempo. Não é medo da gravidez. Não é medo do parto. Nem medo da responsabilidade, que é suficiente para fazer a pessoa correr para se esconder na cama e cobrir a cabeça. Se fosse só isso, eu já começava a escolher o nome dos herdeiros.

Eu tenho medo é de virar Mãe. Não “mãe” apenas, Mãe. Mãe 24 horas, sete dias por semana, mãe tempo integral, sem espaço para a pessoa que não é mãe.


Eu trabalho em um escritório grandinho, com muitas mulheres de várias idades e histórias. Eu olho a mesa das solteiras e sem filhos e vejo fotos de amigos, de namorados, de cachorros, de família. Fotos tiradas na balada, em viagens, comemorações ou tiradas apenas porque sim, em momentos de bobeira. Vejo lembranças de shows, de momentos legais, imagens de bandas preferidas. Aí olho as mesas das mães. E vejo fotos de filhos. Só. Às vezes um marido, mas quase sempre são crianças apenas. E uma imagem de santo.

Eu não quero ficar assim. Sei que posso não ficar, sei que esse medo já é uma pequena defesa, mas não consigo evitar. Lembro de ter visto uma vez uma piada maldosa dizendo que toda mulher que dá a luz imediatamente perde uns 10 pontos de QI. Essa piada me dá arrepios. Ainda mais quando eu vejo mulheres com filhos pequenos conversando. Adivinha o assunto preferido?

Posso algum dia engolir tudo isso. Não estou cuspindo para cima, não sei se algum dia eu venço esse medo e produzo um pirralhinho que eu vou amar mais que tudo. Mas hoje, eu só consigo ver as infinitas fotos de bebês. E tremer.

sexta-feira, abril 07, 2006

João e Maria

Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você
Além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava um rock
Para as matinês

Agora eu era o rei
Era o bedel e era também juiz
E pela minha lei
A gente era obrigada a ser feliz
E você era a princesa
Que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país

Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido
Sim, me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade
Acho que a gente nem tinha nascido

Agora era fatal
Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá deste quintal
Era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo
Sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim

Chico Buarque - 1977

quinta-feira, abril 06, 2006

Piada Perdida

Situação que eu odeio: você acaba de conhecer uma pessoa, num contexto mais ou menos formal. A pessoa faz um comentário que é uma levantada de bola perfeita para uma piada ótima e sacaninha. Você tem que engolir a piada. Saco.

terça-feira, abril 04, 2006

Top 5

Eu sei que é post de preguiçoso, mas eu tenho mesmo um lado Rob Fleming e gosto de fazer listas. Então taí: top 5 filmes que eu consigo assistir um milhão de vezes sem enjoar.
1 - Pulp Fiction
2 - Quanto Mais Quente Melhor
3 - As Ligações Perigosas
4 - The Party
5 - Bonequinha de Luxo
Menção honrosa: O Silencio dos Inocentes, O Jovem Frankstein, Ladrão de Casaca, A Época da Inocência.