Dia Latinoamericano de Luta pela Descriminalização do Aborto
Hoje é um dia importante para todos aqueles que acreditam que cada mulher é dona de seu próprio corpo e que o aborto é uma questão de saúde pública antes de ser uma questão moral. O Dia Latinoamericano de Luta pela Descriminalização do Aborto quase concidiu com a entrega do projeto de lei que prevê a descriminalização do aborto, que foi ontem, e que propõe que ele seja permitido até a 12ª semana de gestação ou a qualquer momento quando a gravidez implicar risco de vida à mulher ou em caso de má-formação fetal e a garantia do acesso a um aborto seguro na rede pública.
Essa lei é necessária e até agora ninguém me deu nenhum argumento contra ela que não fosse falho ou de base religiosa. Sou declaradamente pró-escolha e acho que o Estado não tem o direito de dizer a um indivíduo o que fazer com o seu corpo, nem de colocar um embrião que não sente, não pensa e nem vive por conta própria acima de um ser humano com uma história, planos e desejos pessoais. Ninguém deve obrigar uma mulher a se sentir parasitada por um bebê que ela não deseja e a fazer com que uma decisão já difícil e dolorosa como a de abortar se torne ainda mais pesada por força de uma lei patriarcal que não olha para a mulher, apenas para um amontoado de células com potencial de ser humano.
Hoje um grupo de blogueiros se manifestou a respeito com palavras melhores que as minhas. Contra ou a favor, reflita a respeito. A lista completa dos blogs que comentaram o assunto, junto com um post fantástico, está no Síndrome de Estocolmo, da lindinha Denise Arcoverde. É um dos links aí do lado, mas quem estiver com preguiça é só clicar aqui: http://www.sindromedeestocolmo.com/