Dukkha samudaya ariya sacca
Os budistas tem razão. Desejo é sofrimento e querer é sofrer. Porque afinal, todo desejo frustrado vira sofrimento. E todo desejo ainda não satisfeito está em estado de frustração. Se ele é realizado ou satisfeito de algum modo, passado o prazer do sucesso, que nunca dura o suficiente, outro desejo tomará o lugar do anterior, num ciclo sem fim de inquietação e frustração. Donde se conclui que realmente a paz perfeita só existe em não desejar absolutamente nada. Só existe a paz na eliminação do ego.
Se eu gostaria de renunciar ao meu ego e nunca mais sofrer? Bem, sim. Mas desejo isso (e portanto sofro) da mesma maneira que as pessoas desejam ganhar na loteria, como um sonho distante e impossível. Não, não sou tão ambiciosa a ponto de querer a paz perfeita, a ponto de desejar uma força de vontade e uma sabedoria tão profunda que me dêem o poder de eliminar a minha própria individualidade. Sou hedonista e vaidosa demais para isso.
Mas isso não me preocupa tanto. Porque se eles estiverem certos, os budistas, então todos nós estamos condenados ao eterno recomeço enquanto não atingirmos o Nirvana, através da reencarnação. Ou seja, vou ter mais uma chance de me emendar e me tornar um Buda e tal. E se não estiverem, se não houver nada, pelo menos eu aproveitei bastante o meu ego enorme e cheio de vontades.
Se eu gostaria de renunciar ao meu ego e nunca mais sofrer? Bem, sim. Mas desejo isso (e portanto sofro) da mesma maneira que as pessoas desejam ganhar na loteria, como um sonho distante e impossível. Não, não sou tão ambiciosa a ponto de querer a paz perfeita, a ponto de desejar uma força de vontade e uma sabedoria tão profunda que me dêem o poder de eliminar a minha própria individualidade. Sou hedonista e vaidosa demais para isso.
Mas isso não me preocupa tanto. Porque se eles estiverem certos, os budistas, então todos nós estamos condenados ao eterno recomeço enquanto não atingirmos o Nirvana, através da reencarnação. Ou seja, vou ter mais uma chance de me emendar e me tornar um Buda e tal. E se não estiverem, se não houver nada, pelo menos eu aproveitei bastante o meu ego enorme e cheio de vontades.